GNU/Linux no mundo corporativo

Linux em Ambientes corporativos 

Introdução

Apenas para facilitar, abordarei os seguintes temas:

  • Como está hoje?
  • Minha empresa quer migrar, meu Deus!
  • O futuro.
  • O Mercado para empreendedores.
  • Para finalizar.

Como está hoje?

De fato, encontramos o GNU/Linux no ambiente corporativo, cada vez mais, o número de empresas que utilizam nossa plataforma livre, está aumentando. O problema, ou a questão principal, não é a utilização, e sim o uso em si.

Atualmente, a maior parcela de utilização está baseada em servidores com finalidade de Firewall, Proxy e WEB. Concordamos que, já são bons números e de extrema importância, mas, e os Desktops?

Aí está, de certa forma, a nossa maior dificuldade. A grosso modo, tudo não passa de uma questão cultural.

Pessoas habituadas na utilização do S.O. do Gates desde que nasceram, geralmente, criam uma própria barreira psicológica e banem qualquer percentual de capacidade para aprender algo novo (estamos falando sobre sistemas, ok?). E o pior, é que isso é humano, ou seja, ocorre desde de CEOs a funcionários.

Em palavras mais claras, as pessoas não querem (ou ao menos evitam) tentar algo novo, totalmente diferente, sair do comum, etc. É um mal da nossa sociedade atual.

Mas, é só cultural?

Não, não é só cultural. Infelizmente, o GNU/Linux é muito visto como “O Sistema de Graça”. Isso nos tira uma certa credibilidade e faz com que a ideia de implementação só aconteça quando alguém lá dentro pensa em cortar custos. Ou seja, enquanto tiverem dinheiro, viverão longe do GNU/Linux.

Além disso, o custo de mão de obra qualificada para esses projetos não é baixo. De certa forma, a mão de obra para GNU/Linux ainda é um pouco escassa. Qualquer pessoa faz tudo no Windows, mas, quando se fala em GNU/Linux, já tem medo (“Nunca mexi com isso, não sei, não quero estragar”).

Com isso, acaba sendo mais cômodo e “barato” deixar as coisas do jeito que estão, até mesmo para aqueles que gostam de piratear.

Minha empresa quer migrar, e agora?

Primeira conquista feita, então, partiremos para análises.

Imagine um departamento administrativo, acostumado com o Microsoft Office. Como entregar o OpenOffice e não deixá-los na mão? Não é tão simples assim.

Tudo requer planejamento. Desde os aplicativos utilizados atualmente, até os conhecimentos dos usuários.

Considere:

  • Aplicativos de bancos;
  • Aplicativos financeiros;
  • CRM;
  • ERP.

Qualquer item esquecido, pode causar uma frustração enorme.

Você, analista ou gerente de TI, talvez não possua tanta experiência e/ou conhecimentos para gerenciar projetos, é comum. Se for passar por uma migração dessas sozinho, pense o seguinte:

– Quais são os aplicativos essenciais em cada departamento? – Faça uma lista.

Isso será um desafio, caso não tenha um controle disso, trate de ter. Você precisará analisar a funcionalidade de tudo na nova plataforma.

Muitas vezes, o fornecedor não disponibiliza versões para GNU/Linux, então, você precisará brincar um pouco com o Wine, ou procurar versões alternativas para GNU/Linux.

Muito importante: cuidado com as bases de dados, caso vá migrar! Teste, teste e teste!

– Quais aplicativos já possuem versão WEB pelo fornecedor? – Faça um lista (esses serão uma salvação).

Sabemos muito bem que o Cloud está cada vez mais amplo. Milhares de softwares já possuem suas versões WEB (mesmo que em servidores locais) e isso é, de fato, a melhor coisa para migrações desse tipo.

– Qual nível de conhecimento dos seus usuários?

Sim, eu sei, seus usuários são apenas usuários. Mas não é disso que estou falando. Para empresas pequenas, em um departamento administrativo, se tiver duas pessoas lá dentro que já mexeram com o OpenOffice e conseguem se virar, você já tem uma luz. Eles se ajudarão e tudo fluirá melhor.

De qualquer forma, aconselho você a treinar ou, pelo menos, passar uma visão sobre as funcionalidades básicas de cada aplicativo essencial para o trabalho deles.

Há também uma outra saída, caso vocês não queiram complicar tanto, pode recorrer ao Office 365 (versão online do Microsoft Office). Não é o ideal, mas é importante saber e ter como alternativa.

– Adaptação.

Isso não é bobeira! Se der problema na rede, ou em alguns computadores simultaneamente, você vai cansar de ouvir:

“É, porque quando era o sistema antigo, não tinha problema nenhum.”

Por mais que o sistema antigo desse mais problemas, você vai ouvir isso.

Tudo porque, de certa forma, o usuário não está feliz por ter que aprender algo novo. Infelizmente, isso acontecerá, mas você pode quebrar um pouco esse gelo:

“Calma, é só uma questão de adaptação, logo você aprenderá mais e tudo ficará bem. Vou te ajudar, não se preocupe.”

– Pequenos gestos facilitam nossa vida.

Se você é o Gerente do TI, instrua seus analistas a agirem assim.

Isso vai só vai contribuir com o bem estar dos usuários e com a paciência do seu analista.

Acredite, uma palavra solidária evita muitos problemas, principalmente, quando tem a ver com a performance do colaborador.

O futuro

Hoje, temos mais probabilidades de romper os paradigmas em relação ao GNU/Linux, com a ajuda da evolução da Computação em Nuvem. Como vimos, os aplicativos são uma barreria e tanto, com a tendência de tudo se “webilizar”, ganharemos mais espaço aos poucos.

Como disse Cezar Taurion (autor do livro “Cloud Computing – Computação em Nuvem”) em um artigo para o Linux Magazine, Cloud é irreversível e, em breve, nem mais falaremos em Cloud Computing e sim, apenas em computing.

De fato, ele estava certo, ainda não chegamos a esse momento, mas, está cada vez mais próximo.

O mercado para empreendedores (infra e suporte)

Há espaço para novos negócios e sempre haverá. Como empreendedor, posso afirmar isso.

Há inúmeras empresas com mão de obra não qualificada ou que apenas vendem.

Pelo menos, a meu ver, tecnologia não é simplesmente “vendível”. Principalmente, quando se trata de suporte e soluções que precisam andar lado a lado ao negócio do cliente. É necessário incorporar processos de qualidade, para que haja uma interação completa em ambos os lados, não apenas uma venda.

Falou em Outsourcing, deixou de ser uma venda. Internamente, é necessário uma boa cultura organizacional, capacitação extensa, treinamentos técnicos constantes e tudo mais.

Por favor, você empreendedor, de empresas ruins já estamos fartos, não seja mais um. Faça com amor, dedique-se e coloque emoção no seu negócio. Outsoucing não é brincadeira, principalmente, quando se trata de tecnologia. Tudo deve estar alinhado.

Eu sei bem o quanto é difícil ser consultor, fornecer soluções para pequenas empresas e manter os processos alinhados ao negócio do cliente, mas, pense, é necessário.

O profissional de TI precisa estar alinhado ao negócio, independentemente se é interno ou terceirizado, portanto, tenha reuniões sempre com seus clientes (nem que seja trimestrais), alinhe seus processos ao negócio dele.

Não falhe! Ele conta com você mais do que com os próprios colaboradores, de certa forma.

Sim, GNU/Linux é mercado e será cada vez mais.

Encontramos dificuldade em vender migrações da qual falamos no artigo, mas, coloque-se como uma solução corporativa completa de forma a atender seu cliente em qualquer que seja sua necessidade, sempre com alternativas. Lembre-se, o mercado é misto.

Finalizando

Sim, há um vasto espaço para trabalharmos com GNU/Linux em infraestrutura e suporte.

Creio que, em breve, melhoraremos ainda mais em relação aos projetos de migração em Desktops, é só uma questão de tempo.

Peço que deixe seu comentário, pois sua opinião é de extrema importância.

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